Estou quase quase de partida.
Espera-me uma vida nova, não sei se mais feliz ou mais solitária, com a qual (quase) sempre sonhei. Sonhei com uma vida livre, sem compromissos, sem "ter que" mas só porque me apetece. Sair e voltar, sair e não voltar, não sair simplesmente,... rir, chorar, dançar, rodopiar,...sem quaisquer olhos na minha direção.
Mas a verdade, e agora que está quase quase, está a custar um pouco...talvez pela mania de querer sempre sentir que tenho tudo sob controlo. Pois, desta vez (e de tantas outras) não tenho. Não sei bem o que me espera. Sei que ninguém me esperará quando voltar... Na verdade esta será uma sensação nova: saber que não terei ninguém à minha espera, saber que quando chegar entrarei no silêncio do meu casulo, acordado apenas pelo bater de tacões ao longo do corredor do vizinho de cima. Sei que dormirei cedo em frente a um televisor em monólogo. Sei que a minha música não mais incomodará. Sei que passarei a preparar de véspera a roupa do dia seguinte. Sei que passarei a apreciar e a cuidar mais de mim. Sei que passarei noites frias. Sei que o telemóvel deixará de tocar para o jantar. Sei que sentirei saudades da comida da mamã... :(
Mas também sei que este será o meu verdadeiro bater de asas. Sem volta.
Afinal, e relendo-me, sei mais do que aquilo que não sei. Yupi!
É tão bom reflectir sobre aquilo que nos incomoda, pois das duas uma: ou ficamos mais incomodados ainda ou serenamos o espírito. Ups! Só ainda não sei qual das duas escolho...
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