terça-feira, 23 de março de 2010

um pouco de sentir.

M. (ainda me lembro da ansiedade que senti por querer encontrar-te um nome…M…),

Conheci-te numa fase muito complicada da minha vida… Vieste dar-me ânimo, alegria, vieste despertar em mim o desejo de amar e de querer sentir-me verdadeiramente amada… Nos piores momentos fizeste-me (quase) sempre sorrir, amparaste alguma lágrima que teimosamente brotou, dançaste e cantaste comigo, rimos tanto juntos!

Encontrámos um no outro a esperança de sermos felizes, pois na verdade foi isso que sempre nos uniu. Ver no outro o confidente, o amigo, aquele que nos entende, que nos desculpa,… Vimos renascer no coração a oportunidade de partilha. Vimos no outro o tanto que pouco ou nada tínhamos tido e que acreditávamos existir. Assim, tudo parece perfeito. E seria. Seria perfeito se o sentir não nos atraiçoasse. Quisemos tanto dar tudo o que possuíamos quando na realidade nunca tivemos nada…sabes, nada é nosso.

Entendo-te tão bem que nem consigo entristecer-me… Um dia perguntamos um ao outro qual seria o significado do nosso encontro. Lembraste? Talvez hoje tenhas a resposta. Sempre disse que ela surgiria. Estamos um com o outro para nos suportarmos! Para nos ajudarmos! De outro modo, caminhar em frente teria sido muito difícil… Tu sabes.

Os nossos encontros foram crescendo e transformando-se de desejo em alegria, de alegria em querer, de querer em mansidão… E, no entanto, eu quero mais. Parece-me que o que tenho ainda não basta. Não pretendo ter-te, pois nunca de tive. Não me pertences, nem quereria que fosse de outro modo. Contigo sonhei. Tornei o meu mundo mais colorido. Despertaram-me desejos de ir mais além. De abraçar outros mundos. Contigo fui sempre eu. Simples. Clara. Objectiva. Nunca me escondi. Não pretendo fazê-lo.

Certo é que sempre falamos a mesma língua. Sempre entendemos no outro as palavras meias ditas. Os sentimentos meios confusos. Sempre! Até agora… agora eu quero voar outros céus nas tuas asas. Quero contemplar o belo. Aquele belo que me ensinaste a ver. Quero fazer surgir em mim amor em plenitude. Mas não basta o meu querer… O teu querer leva-te em outras direcções, a querer voar noutros céus.

Vai! Vai livre e confiante de que noutros céus encontrarás o que procuras, porque afinal o Amor é livre e desprendido.

Sim, agora entendo porque não manifestas o que sentes. Não o fazes porque não sentes. E sabes o que eu gostaria de ouvir, mas não tens força suficiente para o dizer sem o sentir. Adoro-te por nunca o teres dito.

Guarda em ti o pouco que te dei: o melhor de mim.

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